A pandemia do novo coronavírus desencadeou uma corrida pelo álcool 70% em todo o mundo. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a higienização correta das mãos e superfícies com o produto é uma das medidas mais importantes para evitar a contaminação do vírus. Mas você sabe como ele funciona?
O álcool 70% é um microbicida poderoso com características antissépticas e desinfetantes. Nesta concentração, o composto possui 70% de álcool isopropílico e 30% de água, sendo esta a quantidade ideal para facilitar a entrada do álcool no interior do microorganismo, seja bactéria, fungo ou vírus, e romper a célula.
Isso porque a água, além de impedir a desidratação da parede celular externa do microorganismo, retarda a evaporação do álcool, permitindo maior tempo de contato para que haja a penetração do álcool no interior do microorganismo, e assim destruí-lo por desnaturação de proteínas e de estruturas lipídicas da membrana celular.
Por outro lado, produtos mais concentrados, como o álcool absoluto 99,5%, acabam evaporando muito rapidamente e, por isso, não teriam tempo de agir contra os agentes nocivos à saúde. Já os produtos de menor concentração, a quantidade de álcool é tão pequena que não é possível causar qualquer dado aos microrganismos.
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Como ele foi descoberto?
A eficácia do álcool 70% no combate a vírus e bactérias é comprovada cientificamente desde o início do século XX. De acordo com relatório da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), em múltiplos estudos, foram realizadas contagens bacterianas nas mãos, imediatamente três horas após o uso das soluções alcóolicas. Em ambos os casos, a presença de bactérias foi reduzida exponencialmente.
No entanto, desde 1846, a correta higienização das mãos é considerada uma das medidas mais importantes para evitar infecções, principalmente em ambientes hospitalares. O primeiro estudo experimental sobre o assunto foi conduzido pelo médico húngaro Ignaz Semmelweis, que comprovou a íntima relação dos cuidados médicos com a febre puerperal, que era responsável pela mortalidade de milhares de mulheres e crianças.
Ele percebeu que os médicos que iam diretamente da sala de autópsia para a obstetrícia possuíam um odor desagradável nas mãos e, por isso, poderiam estar infectada. Após insistir que os médicos e estudantes lavassem suas mãos com solução clorada antes de examinar pacientes, a taxa de mortalidade pela doença, em um mês, caiu de 12,2% para 1,2% naquele hospital.
Como é testado?
Para ser liberado para comercialização, o álcool 70% deve passar por uma série de testes e receber laudos oficiais de qualidade. Sendo assim, o fabricante deve submeter uma amostra de cada lote produzido à Anvisa, para que se comprove o teor alcóolico da solução, a eficácia antisséptica e que o produto não oferece danos à saúde do consumidor, dentre outras análises.
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O produto também pode ser manipulado em farmácias especializadas. “A farmácia de manipulação segue a mesma legislação da indústria. A única diferença é de que ela é livre das análises primárias. Ou seja, não é obrigada a submeter para a análise toda vez que for produzir a solução”, ressalta a farmacêutica.
“Por isso, hoje, se você me perguntar, eu prefiro utilizar o produto de uma empresa que é obrigada a provar a eficácia do produto lote por lote, do que alguém que não precisa”, finaliza. Sendo assim, a recomendação é de adquirir sempre produtos de fornecedores confiáveis, e certificados conforme a legislação.